Nasceu em Naha, Okinawa a 10 de março de 1853 e embora descendente de uma boa linhagem da ilha a sua família encontrava-se então empobrecida, ganhando a vida no transporte de lenha das ilhas Kerama. Desde tenra idade, começou a auxiliar o pai nesta actividade. Pequeno de estatura para a sua idade, era, todavia, muito forte, rápido e ágil e desde cedo mostrou um grande interesse pelas artes marciais. Com catorze anos, na mesma idade em que o seu pai foi morto numa luta, começou os seus treinos de Kempo Chinês com Seisho Arakaki, que estudara o estilo de Fujian.


Em 1866 convence o proprietário de uma embarcação a transportá-lo para a China, onde se estabelecerá. Após um ano de permanência no bairro dos okinawenses em Fuzhou (província de Fujian), foi apresentado ao mestre Xie Zhongxiang (também conhecido como Ryu Ryu Ko – Mestre de Shaolin Kempo da Escola do Sul). Não começou de imediato os treinos, antes seguindo o velho hábito de servir em casa do mestre, sendo finalmente aceite como “Uchi Deshi” (discípulo privado).

Durante o dia tornou-se seu funcionário no comércio do bamboo e á noite seu discípulo num sistema muito severo de treino.


Esses treinos incidiam especialmente na Sanchin kata e no desenvolvimento da sua condição muscular através do uso dos elementos que ainda hoje se usam em Okinawa. Tais treinos surtiram efeito e rapidamente Kanryo Higaonna se tornou o mais notório dos alunos do famoso mestre.

Após treze anos de treino, deixou Fuzhou regressando a Okinawa, e iniciando as aulas de Naha-te, na sua casa em Nishi Machi, aos filhos do homem que o transportara para a China e regressando, ainda, à sua anterior condição de mercador.


Em 1905, começou a ensinar num liceu, sendo considerado a par de Anko Itosu o mais importante Mestre de Okinawa, cabendo-lhe a responsabilidade de ter fundado o estilo Naha-Te. Homem modesto e pacífico, o Mestre Kanryo Higaonna embora de pequena estatura (cerca de 1.55m) era extremamente forte. Contudo o Mestre Kanryo Higaonna acreditava que o importante na sua arte era a melhoria global do homem e da sociedade e não qualquer propósito ofensivo.


Foi esta a filosofia que transmitiu aos seus alunos, especialmente a Chojun Miyagi, em quem a mesma nunca foi esquecida.

Morreu em 23 de dezembro de 1915.

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