O percurso de um praticante até atingir uma meta ou estádio, considerado como de Mestre, nem sempre é fácil de mesurar. Na realidade, não se aprende a ser mestre. Podem-se adquirir conhecimentos de instrução, saber técnico, mas o ser-se mestre não se identifica por um qualquer cinto ou diploma.
Ser mestre é um dom pessoal, é algo de inato e são poucos os que o conseguem rentabilizar, num percurso de descoberta pessoal e revelação aos outros, dando sempre mais a receber.
Em termos práticos, os Senseis são professores. Na maior parte das organizações internacionais de estilos e nos grandes Dojos no Japão, só são tratados por Sensei os graduados a partir de 5º Dan. Mas a mestria, comporta um manancial de valores e posturas, que nem sempre são contabilizadas pelo senso dos mais incautos.
A dedicação ao ensino, a potenciação e descoberta de valores, a troca de conhecimento e o atingir de resultados, advém da natureza do carácter de quem, mais do que cultivador da simplicidade e coerência de moral, nunca se esquece que lida com outros indivíduos que buscam idênticas virtudes.
Em Portugal existem muitos instrutores de Karate, mas são poucos ou raros os verdadeiros mestres que consubstanciaram com os seus, laços e espírito de família. O mestre de Karate revela-nos uma outra forma de estar na vida e descobre-nos um universo de conhecimento de nós mesmos.
Dos valores supremos que aprofundamos no Karate, o respeito e a lealdade são os que mais significado assumem para traduzir de modo claro a relação mestre-aluno. Se alguém em Portugal legou uma obra de verdadeiro respeito e em família, esse alguém tem por nome Jaime Palma de Sequeira e Pereira.
(NC e HNO)